A Fundação Empreender, entidade ligada à Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), celebrou seu 33º aniversário nesta terça-feira, 11 de novembro, com um evento especial na sala do conselho da Unisociesc, em Joinville.
O encontro reuniu a diretoria da entidade e representantes das associações empresariais mantenedoras, marcando a data com uma retrospectiva histórica e um forte foco nos desafios futuros, especialmente a sucessão em empresas familiares.
As atividades começaram pela manhã, com uma reunião de diretoria para a apresentação dos dados da entidade, referentes a 2025. Durante a tarde, o evento foi aberto aos representantes das mantenedoras.
O diretor da Fundação Empreender e ex-presidente da entidade, Jonny Zulauf, relembrou o início da trajetória em 11 de novembro de 1992, destacando o voluntariado como pilar central. A fundação nasceu de um intercâmbio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, Alemanha (HWK) da Alemanha, em uma parceria iniciada pelo empresário José Henrique Carneiro de Loyola, então presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), e apoiada também pelas associações de Brusque e Blumenau.
Zulauf recordou o receio inicial com um dos principais projetos, os núcleos setoriais, que colocaria concorrentes na mesma mesa. “Mas se criou um conceito extraordinário quanto à importância desta união, mudou ideias e o perfil das associações empresariais de Santa Catarina”, afirmou.
Ele destacou que os núcleos fortaleceram as entidades de todo o Estado, atraindo micro e pequenos empresários. “Todos juntos fazendo um movimento extraordinário. Ficou tão grande que a Facisc passou a gerenciar os núcleos, e depois o Sebrae levou a ideia para o resto do país”, completou Zulauf.
Parcerias e foco na perenidade
A reitora da Unisociesc, Cinthia Tamara Vieira Rocha, instituição parceira em projetos como o Programa de Gestão e Vivência Empresarial (PGVE) e o Programa de Governança para Empresas Familiares + MultiSocietárias (PGEF), destacou o “orgulho em fazer parte do projeto”. Ela lembrou que 60% das atividades da Unisociesc, que possui notas e indicadores acadêmicos de excelência, estão vinculadas à solução de problemas reais para auxiliar as empresas.
Sucessão empresarial
O atual presidente da Fundação Empreender, José Nelson Notari, explicou os três propósitos da entidade: lucratividade, crescimento e perenidade. Segundo ele, enquanto o PGVE foca nos dois primeiros, o novo PGEF atua na longevidade. “Precisamos de empresas longevas e perenes. Por isso falar em sucessão é importante”, disse Notari, lembrando que 80% das empresas catarinenses são familiares e apresentando o PGEF como a nova ferramenta focada neste desafio.
O tema foi aprofundado na palestra da professora Léia Wessling sobre Sucessão Empresarial. Ela apresentou dados preocupantes: apenas 30% das empresas familiares brasileiras sobrevivem à transição para a segunda geração, 10% chegam à terceira e não mais que 4% alcançam a quarta geração.
Ela também detalhou como as empresas tratam o plano de sucessão. Apenas 8% têm um plano formal, implementado de forma consciente e supervisionada. Outras 16% têm plano formal, mas não o implementam conscientemente, enquanto que 47% das empresas analisadas não têm programa, mas possuem sucessores mapeados, e 29% não têm planos nem mapeamento. “O melhor momento da sucessão não é quando o sucedido está preparado, mas quando o sucessor está preparado”, destacou.
Por isso a importância de pensar na sucessão. Conforme Notari, o PGEF chega para complementar esta lacuna, apresentando metodologia voltada tanto para sucedido como para os possíveis sucessores. A Associação Empresarial de Mafra (ACIM) será a primeira de Santa Catarina a desenvolver o programa. As inscrições já estão abertas.