Leonardo da Vinci, com toda sua sabedoria e Inteligência, já declarava: “A simplicidade é o último grau de sofisticação.”

Em uma declaração vinda de alguém que foi cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta, músico e criador da Mona Lisa, também conhecida como A Gioconda, devemos prestar atenção, afinal apesar de todas suas inclinações, afirma com veemência que a simplicidade é “a cereja do bolo” da sofisticação.

Se você perceber os modelos de negócios disruptivos que temos hoje, todos eles foram concebidos com um viés de simplificação.

Veja o Itunes e posteriormente a Spotify, que reconduziram a indústria musical ou mesmo a Netflix que dizimou gigantes do mercado com um modelo simples e eficaz de distribuição de conteúdo.

Podemos ainda citar Airbnb, Uber, etc, todos simplificando variáveis de mercado para levar até seu objetivo final, o cliente, produtos com maior qualidade, rapidez e conforto.

Só que erra feio quem acredita que somente esses negócios “distantes” estão com seus dias contados.

A todo momento temos inúmeras empresas nascendo e questionando o mercado, criando “a nova regra” de atuação, baseada em resolver problemas e dores de seus nichos, esse é o grande ponto.

Porém, esse tipo de abordagem em simplicidade e inovação é uma questão de propósito e mentalidade e não, não estou fazendo tipo.

Se você olhar para as grandes verticais eleitas pela Apple, por exemplo, vai ver que ela sempre teve em seu DNA o “think different” ou mesmo o “questione o status quo” para lançar suas soluções.

E o que isso tem a ver comigo e minha empresa?

Sempre ressalto que no Brasil ainda estamos engatinhando, no que tange Gestão, imagina no que tange Inovação.

Eu atendo organizações “tradicionais” há quase 20 anos e não deixo de estar “in touch” com a inovação, sendo participante ativo em eventos de Startups como Mentor e posso dizer que, Gestão é o “Arroz com Feijão”, da concepção de uma “Estratégia” que está conectada a um “Orçamento”, verifica-se Plano x Real e faz-se correções de rota.

Inovação, requer outro tipo de Mentalidade.

Em uma pesquisa que fizemos em 2018, mais de 40% das empresas brasileiras, sequer tinham um DRE (Demonstrativo de Resultados) ou mesmo Fluxo de Caixa decente, o que dirá um planejamento olhando para frente, no que tange modelos de negócio e inovação.

Como diz um amigo meu: Cícero, você já viu alguma empresa dizer que quebrou porque ficou obsoleta?

Naturalmente que não!

Voltando ao nosso querido Brasil

Conforme comentei, Inovação é questão de mentalidade e é aí que mora o problema.

Nós somos aqui no Brasil, extremamente preocupados em colocar regras, passos e mais passos para “prevenir” que cidadãos, empresários e o que mais que o valha não consigam chegar ao seu objetivo, com a prerrogativa de “segurança” e prevenção, como se nós brasileiros, não pudéssemos confiar uns nos outros. Não digo que hoje podemos, mas um passo tem que ser dado.

Somos burocratas de carteirinha!

Duvida?

Então te desafio a resgatar em sua memória momentos em que você, seja no serviço público ou no privado, já não ficou extremamente irritado com o tamanho da burocracia imposta para dar um passo, abrir uma empresa, resgatar seu FGTS, etc.

Tenho certeza absoluta que inúmeros momentos já vieram a sua cabeça e a frustração do momento veio à tona.

A pergunta é: por que fazemos isso?

A resposta é, como o próprio título do tema sugere, simples:

As regras não são feitas para auxiliar e dar vazão ao processo, são feitas para serem cumpridas, simples assim.

Parece meio louco dizer isso, mas as regras e leis que respeitamos não são feitas por quem está “no campo de batalha” querendo gerar empregos, crescer e prosperar.

São feitas por quem está dentro de um sistema caro, que não gira e que quanto mais regras tem para administrar, mais órgãos de controle, reguladoras, etc, vão ser necessárias.

Ou seja, é o sistema advogando em causa própria, inflando a si mesmo.

Meritocracia, Livre Mercado ou o que quer que o valha não impera aqui.

O que impera é a lógica do crie um problema, para criar uma solução absurda e custosa para ele.

E onde a Inovação entra?

Como falei e no slogan de 1997 da Apple já era apresentado, temos que “pensar diferente”, abandonarmos a inclinação de pensarmos que todas as regras são necessárias e que tudo tem que ser feito “porque tem que ser feito”.

E sim, se você começar a questionar as regras, os burocratas ficarão inseguros, vão tremer nas cadeiras e vão dar mil e uma justificativas (de cabresto) do porquê aquilo tem que ser feito, mesmo que não tenha o menor sentido lógico.

Todos os inovadores já passaram por esse tipo de questionamento, você não deve se sentir sozinho.

Não seja inocente: tem órgãos e empresas que vivem em função de “tratar” a burocracia, seja ela tributária, fiscal, etc.

O importante é questionar, questionar e questionar, afinal, não são as respostas que mudam o mundo, mas sim as perguntas.

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Texto de Cícero Gabriel Ferreira Filho que é Diretor Administrativo, Financeiro e Comercial da Companhia Águas de Joinville.

Também é Diretor de Projetos da Fundação Empreender, Especialista em Comunicação, Soft Skills Humanas e Sócio da Ferreira Filho Associados, Consultoria para Alto Desempenho com 10 anos de história.